quinta-feira, 11 de março de 2010

À deriva

Nos últimos dias tenho andado a meditar sobre um assunto que, quer queiramos quer não, nos afecta a todos. Penso que, ultimamente, todos nós andamos um pouco atarantados com toda esta história à volta do país.

Primeiro foi a crise. Andamos em crise desde que me lembro (penso que desde que nasci!). Andamos todos a apertar o cinto ano após ano e não vemos melhoras.

Depois são os escândalos em torno do Governo e, principalmente, do Primeiro-Ministro. Ora tem uma licenciatura em Engenharia que foi comprada, ora anda metido em esquemas para construir um outlet em Alcochete, ora quer silenciar a comunicação social que ousa dizer mal dele, ora anda metido em tudo o que de mau acontece no país.

Por fim, temos uma oposição que não se vê (ou então, se calhar, não temos oposição!). Bom, eu parto do princípio que não chamamos ao Bloco de Esquerda, aos Verdes, nem ao PCP oposição, pois para dizer mal e não apresentar soluções estamos cá nós! O único partido que eu ainda vejo a tentar apresentar soluções minimamente credíveis é o CDS. O PSD anda num estado que ninguém ainda foi capaz de perceber qual é. Há três candidatos para um lugar que é ocupado por uma senhora que levou um bigode nas legislativas, do actual Primeiro-Ministro, e aquele que parece ter mais condições de ganhar está a ser "bombardeado" por todas as frentes para não ter sucesso. No entanto, ao que parece, é o único com capacidade para liderar uma oposição forte, credível, e acima de tudo, capaz de apresentar alternativas às ideias do Governo. Se há algo que eu tenho em consideração quando penso em oposição ao Governo é um partido que, além de dizer que as medidas tomadas pelo executivo estão erradas, apresenta alternativas que, no mínimo, nos fazem pensar.

Resumindo, ando desde há uns dias a tentar perceber por onde caminhamos todos e não consigo chegar a nenhuma conclusão. Juro que quero acreditar que as medidas que estão a ser tomadas pelo Governo são as possíveis e as melhores para sairmos da crise, mas os resultados teimam em não ajudar. No entanto, uma coisa é certa: enquanto as pessoas com capacidade para alterar a forma como todos pensamos, trabalhamos, e lutamos não se chegarem à frente, mobilizando-se para que este país tenha um futuro - todos nós tenhamos um futuro - vamos andar de um lado para o outro, a tentar encontrar um rumo, e a bater com a cabeça nas paredes pois o tempo passa e as soluções escasseiam.

O cinto está praticamente no máximo e o tempo começa a fugir. Se demorarmos muito mais a Europa foge e nós ficamos para trás. Acho que era de extrema importância largarmos as estórias em torno do Primeiro-Ministro e começarmos a produzir como deve ser. A produtividade per capita nacional é das mais baixas da Europa. Não é preciso trabalhar mais tempo, só é preciso que o tempo em que se está no trabalho seja passado, realmente, a trabalhar.

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